Guerra ameaça retoma do setor do turismo
Ainda a recuperar da pandemia que provocou um severo impacto no turismo, o setor tem agora um novo desafio pela frente. A invasão da Ucrânia pela Rússia.
Apesar de algum otimismo entre os empresários para o período da Páscoa, o súbito aumento dos valores dos combustíveis e da energia provocado pela guerra podem atrasara retoma, admite a secretária de Estado do ‘lirismo. A este cenário soma -se “algum receio” face “ao aparecimento de novas variantes Covid”, salienta
ao Negócios a consultora de turismo Neoturis.
Para evitar a perda de turistas e de receitas, os empresários do setor terão de reduzir as margens operacionais, refere a empresa.
“Os hoteleiros terão talvez que descontar ligeiramente os preços de venda face a 2019 de forma a amenizar os aumentos dos outros preços”, diz o consultor da Neoturis, Luís Pedro Costa.
Ainda assim, prevê o responsável, este ano deverá ser “moderadamente rentável para o turismo” com uMa “época alta ao nível de 2019, umas ainda não o ano inteiro”. Para Eduardo Abreu, também da consultora Neoturis, o ano deve fechar com níveis que podem chegar aos 75% a 90% de 2019, havendo até algumas regiões do país que podem ultrapassar os “melhores desempenhos” registados há três anos. E o caso do Algarve e da Madeira Já Lisboa e Porto deverão ficar em linha com os resultados de 2019, prevê o consultor.
Mercado americano pode ser a maior quebra
Sobre o impacto nas viagens e no fluxo de turistas para Portugal, a Neoturis prevê que a guerra possa provocar alguma quebra no mercado emissor dos Estados Unidos da América. “Estamos com algum receio do mercado norte-americano, que poderá interiorizar que há guerra na Europa, não destrinçando que Lisboa está quase à mesma distância de Nova Iorque e de Kiev”, salienta Luís Pedro Costa.
No reverso, o consultor acredita que podemos vir a receber mais turistas “que estavam a planear passar férias na Turquia, e dada a proximidadeda Rússia e da Ucrânia, alterem o seu destino de férias para Portugal ou Espanha”.
Já quanto ao número de russos que escolham Portugal este ano como destino, Luís Pedro Costa acredita que será “residual”.
Portugal está longe de ser um destino de eleição de russos e ucranianos, ficando muito longe do top 10 da tabela com o maior número de dormidas. Em janeiro deste ano, entre o total de1137/11 dormidas de estrangeiros registadas em Portugal, 9.963 eram turistas russos e 16.371 eram ucranianos, de acordo com os dados avançados pelo [NE ao Negócios. Números que ficam longe dos 43.625 hóspedes espanhóis ou dos 42.191 brasileiros.
No ano passado, do total de 18.652.368 dormidas de estrangeiros, 78.975 eram russos e 129.852 ucranianos.