Perspetivas para a oferta hoteleira 2022
A edição especial da Publituris Hotelaria sobre novos projetos é o espaço ideal para um ponto de situação sobre a evolução da oferta hoteleira em Portugal. E, apesar da situação pandémica que atravessamos, o panorama para 2022 a este nível não pode deixar de ser considerado moderadamente positivo.
Podemos dividir esta análise em três tipos de projetos:
• Hotéis de média e grande dimensão geridos por marcas, nacionais e internacionais, de referência: a este nível, o ano será marcado por novas aberturas (ex. W Algarve ou Hyatt Regency Lisboa), inícios de construção ou remodelação (ex. Penina e D. Filipa, Algarve ou unidades no eixo Tróia | Melides) e alguns anúncios de novas unidades nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, eixo Tróia | Melides, Douro ou Algarve). Decorrentes de investimento nacional, mas principalmente internacional, serão unidades que acrescentam valor a cada uma das regiões onde se inserem e contribuem para o posicionamento e reconhecimento de Portugal enquanto destino turístico qualificado; não existem à data de hoje anúncios de suspensão de projetos.
• Hotéis de pequena e média dimensão: também denominados boutique hotels e na sequência do sucesso de várias unidades desta natureza (ex. Verride Palácio Santa Catarina, Sublime Comporta, Areias do Seixo ou Bairro Alto Hotel) serão unidades tendencialmente dirigidas aos segmentos 4* e 5*, não integrados em redes globais de gestão, mas com um posicionamento e preço médio muito acima da média do mercado. A crescente procura por parte de segmentos de elevado valor aquisitivo por unidades mais pequenas e exclusivas tem atraído para o sector investidores que acreditam na viabilidade destas operações.
• Empreendimentos Mixed-Use e novos conceitos: a crescente integração de unidades hoteleiras clássicas com branded residences e / ou serviced apartments será uma tendência crescente nos próximos anos. Seja pela complementaridade evidente entre várias valências (onde se incluem também espaços de escritórios ou zonas comerciais), seja pela melhoria da viabilidade económica dos projetos, acreditamos ser uma tendência que veio para ficar. Em relação a novos conceitos referidos ao longo dos últimos anos (para além das branded residences, empreendimentos co-living ou dirigidos ao segmento sénior da procura) os projetos atualmente em desenvolvimento poderão começar a ver a luz do dia.
Para além do perfil e das tendências apresentadas, acreditamos que em 2022 outros dois
fenómenos vão contribuir para novos projetos ou completo reposicionamento de alguns existentes:
• Conclusão de vendas de importantes portfolios com forte representatividade de empreendimentos turísticos: neste caso, com unidades já em operação, com terrenos destinados a novos empreendimentos e com o reposicionamento de alguns já existentes, o ano de 2022 pode vir a ser também marcado pela apresentação de novos conceitos e marcas em Portugal.
• Processos de consolidação do setor: tendo os anos de 2020 e 2021 contribuído para a degradação da situação financeira de alguns grupos hoteleiros e estando na ordem do dia a redução de custos passíveis de atingir com a escala da operação, não será de estranhar o anuncio de processos de fusão de grupos de pequena e média dimensão e mesmo da aquisição de unidades por parte de grupos mais resistentes em novas localizações.
Ou seja, 2022 pode ser um ano animado a este nível, dando sequência ao investimento internacional que tem vindo a procurar oportunidades em Portugal nos últimos anos, ao crescimentovde grupos de origem nacional e ao reforço da presença de marcas / operadores globais nos vários destinos nacionais