Após três anos atípicos no que se refere à procura turística, 2020 e 2021 decorrente da pandemia, 2022 ainda a sair dela e com uma procura que recuperou rapidamente e de forma robusta nos últimos três trimestres, colocava-se a questão de como seria 2023.

A verdade é que a tendência de crescimento da procura e, talvez até mais importante, dos preços médios praticados, permitem antecipar um bom ano de 2023. Os primeiros números oficiais disponíveis (referentes ao 1º trimestre de 2023) apontam para um crescimento do número de dormidas de 14% face a 2019 – último ano comparável –, sendo que o crescimento das dormidas provenientes do mercado internacional se situou nos 11% e do mercado nacional nos 19%. Não tendo a oferta crescido ao mesmo ritmo decorre um aumento das taxas de ocupação e a possibilidade de aumento dos preços médios, como demonstra o aumento das receitas provenientes do alojamento em cerca de 40% quando comparado o primeiro trimestre de 2023 face a 2019.

Portugal encontra-se assim no bom caminho no que se refere à competitividade dos seus vários sub-destinos. Para além de uma promoção estruturada e consistente, com atenção a novos mercados e produtos, mas sem alterações significativas de rota nos últimos 10 | 15 anos, importa destacar o investimento efetuados em visitor attractions, em novas empresas de animação e, naturalmente, nos empreendimentos turísticos. Aliado ao investimento nacional, de grupos históricos, mas também de novos grupos com interesse no sector, o investimento internacional, crescente, concorre também para a qualificação do destino.

Novas marcas – nacionais e internacionais – e conceitos | programas de desenvolvimento bem definidos e que respondem às tendências atuais da procura estão hoje em cima da mesa dos investidores. O que fazer aos espaços de restauração, ao SPA, às salas de reuniões e eventos ? Entre outras são novas perguntas que cada vez mais se encontram no centro da decisão, evoluindo do clássico número de quartos e categoria.

Por outro lado, o sector continua com dificuldades de recrutamento, sendo que os empresários se encontram muito atentos ao aumento dos custos das matérias-primas e serviços, como energia, associados à operação.

Esperemos assim pelos números dos próximos meses para, mais uma vez, celebrar 2023 como o melhor ano de sempre do setor em Portugal !

Eduardo Abreu – Partner da neoturis.